Fernado Pessoa com Pessoas

Eu vi Pessoa na noite silenciosa
Cobrir-me com palavras
de dor , vazio e amor
senti me ansiosa.
Fui a janela espreitei uma estrela lacrimosa.
Uma lágrima cintilante
penetrou em meu quarto e deixou minha mente mais brilhante.
Meu ser então ficou radiante.
Tomei a caneta e papel;
O amor chorou
a dor
daquele vazio
que Pessoa deixou.
E eu encolhi, tal qual feto no ventre materno
sem compreender aquele sentimento terno
que Pessoa teve pelas pessoas.
E nessas pessoas
Pessoa criou poetas
Sem dor,
Sem vazio
Sem estrelas
Sem Lua
Sem sol
Mas deixou a metafísica explicita
na natureza das coisas
sobre coisas infindas
vindas
D’ alma,
Que na calma da noite
aflora acácias
espalhadas ao chão e num quarto qualquer uma donzela a contemplar:
Por exemplo:
Antonio, Maria, Isabel e João
e tantos outros que aqui estão;
Na Arcada, No Martinho, No Terraço!
Ah! Pessoa que fizeste aos Lusitanos?
Deixaste o legado das palavras
a dançar no papel para homenagear
Teu nascer;
Teu viver;
Teu morrer;
Teu renascer!!!
by Zeldi Isabel Lemos 09/2011









































Monday 26 July 2010

Um cancro

Naquele leito um corpo inerte,
da boca só alguns balbúcios
à procura
da luz e do juizo que perdeu.
Presa àquela vida, a mente a descer,
num crescente alvoroço
que por dentro povoa imagens
numa condição humana de solidão.
Falta o brilho nos olhos,
muram as ausências,
num perfil perdido.
Tecer e destecer a teia da sanidade
é a esperança em uma deserta ilha
dessas humanas criaturas.

1 comment:

  1. Na mente
    alvoroço
    solidão
    humana
    a tecer e destecer
    a esperança
    à procura
    do brilho nos olhos
    dessas humanas criaturas
    perdidas
    em suas desertas ilhas.

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